Mais um herói de farda assassinado sem chance de defesa
Novas imagens divulgadas nesta terça-feira (19) mostram em detalhe o ataque de criminosos a policiais na Cidade Nova, no Centro do Rio de Janeiro, que terminou com a morte de um sargento da Polícia Militar. Na ocasião, um soldado da PM, que também estava no local, ficou ferido.
A polícia está analisando as gravações das câmeras de segurança para tentar identificar os criminosos responsáveis pelo ataque.
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O sargento Wilson de Carvalho e o soldado Daniel de Oliveira Wanzeler estavam no carro da PM, estacionados na descida do Elevado Paulo de Frontin, na altura do Centro de Convenções Sul-America, fazendo patrulhamento de rotina, quando homens passaram atirando em um Astra preto.
As imagens da câmera de segurança mostram a patrulha parada na esquina da rua com as portas abertas, na manhã de domingo (17), enquanto pedestres passam pela calçada. O carro preto usado pelos criminosos aparece em seguida. Ele passa devagar, a menos de um metro dos policiais. Depois, o veículo retorna em menos de um minuto. Dois criminosos armados param e começam a atirar.
O soldado sai da patrulha e atira. Ele cai no chão e corre para se proteger das balas. Um dos criminosos rouba a carabina do policial morto que estava na patrulha. O sargento foi atingido na cabeça e morreu na hora. Já o soldado, que ficou ferido no ombro e na perna, não corre risco de morrer. Ele foi levado para o Hospital Central da PM, no Estácio, Zona Norte do Rio.
O delegado responsável pelas investigações disse nesta terça que está muito perto de identificar o carro preto usado pelos dois traficantes para atacar os PMs.
De acordo com a polícia um dos suspeitos seria traficante no morro do Fallet, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Na segunda-feira (18), o advogado do suspeito esteve na delegacia e disse que seu cliente não tem nenhuma ligação com o crime e nem com o tráfico no morro do Fallet.
O corpo do sargento foi enterrado nesta segunda. De acordo com a assessoria da PM, os suspeitos teriam fugido para a Favela do Jacaré, no subúrbio. O caso foi registrado na 6ª DP (Cidade Nova).
Neste início de ano, três PMs morreram em serviço. De janeiro a novembro de 2009, foram 22 policiais militares mortos, enquanto em 2008, foram 21.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, descartou a blindagem nos carros que fazem o patrulhamento nas ruas. “Isso não é projeto porque ele tem um valor imenso no sentido de blindar toda a frota, seja da Polícia Civil, seja da Polícia Militar. O que está se fazendo e vai se fazer é a substituição das cabines blindadas para o policiamento estático e a colocação do restante das torres de vigilância que também são blindadas”.
Investigações
Uma das linhas de investigação é de que os criminosos teriam atacado os policiais para vingar a morte do filho do traficante que chefia a venda de drogas no Morro da Fallet, no Rio Comprido, na Zona Norte. O rapaz de 17 anos foi encontrado morto numa das vielas da comunidade, no início de dezembro.
O pai do jovem morto é Flávio Pedro da Silva, suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas na região. Contra ele há um mandado de prisão. De acordo com policiais, o suspeito é raramente visto na comunidade. O delegado pediu ajuda da população para ajudar a esclarecer o crime.
O Clube de Cabos e Soldados da PM está oferecendo R$9 mil de recompensa a quem der informações que levem a prisão dos assassinos do policial. O número do Disque-Denúncia é 2253-1177.
A Polícia Militar prometeu “uma série de operações a fim de que esses marginais sejam encontrados”. A informação é do relações públicas da PM, capitão Ivan Blaz, que explicou a dinâmica do trabalho da PM numa entrevista ao Bom Dia Rio nesta segunda-feira (18). Segundo o capitão, o objetivo da PM é tentar localizar os criminosos o mais rapidamente possível.
Já o serviço de inteligência da PM conta com alguns elementos que podem ajudar nas investigações. Segundo o coronel Marcus Jardim, o primeiro passo é analisar as imagens que podem ajudar a identificar os criminosos que atiraram nos policiais.
Ainda segundo o coronel Marcus Jardim, os policiais não costumam ficar parados perto do centro de convenções que fica perto da prefeitura. Eles normalmente ficam parados só por alguns momentos e depois eles saem para fazer o patrulhamento. A polícia não descarta que os criminosos soubessem como era a dinâmica de trabalho dos policiais.
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