PARÁ
Saidinha resulta em tiroteio e mortes
Correria, troca de tiros, perseguição, uma refém e quatro mortos. A tarde de ontem foi marcada pelo terror em Belém. Após uma tentativa de “saidinha bancária”, uma quadrilha foi perseguida por policiais militares e, a partir desse momento, gerou um tumulto na rua 3 de maio.
Tudo começou quando dois integrantes do bando tentaram abordar um cliente que saía de uma agência bancária localizada na avenida Gentil Bittencout, esquina com a travessa 9 de Janeiro, bairro de São Brás. Policiais militares que faziam a segurança ao redor do banco perceberam a ação criminosa e deram início à perseguição.
Dois dos assaltantes pegaram uma moto e conduziram o transporte por poucos metros. Mas um deles desceu do veículo e decidiu pegar Valdiza Ribeiro (25), que estava em um ponto de ônibus, como refém. A moça foi feita de escudo pelo bandido e seguiu arrastada para a rua 3 de Maio, entre a avenida Gentil Bittencourt e a Magalhães Barata. Foi este quarteirão que serviu de palco para as cenas de pânico.
Na medida em que o bandido tentava fugir, os policiais continuavam a perseguição e tentavam uma negociação. Até que, em um momento tenso, quando já estava sendo cercado, o bandido passou a disparar tiros contra os policiais. “Foi armado um cerco. Eu estava aqui no meu estabelecimento quando percebi uma intensa movimentação acompanhada do tiroteio”, disse Paulo Godinho, que presenciou de dentro do seu local de trabalho a cena do crime.
“O bandido estava agarrado na moça. Ele tentou entrar numa construção, mas os policiais fizeram o cerco. Com a troca de tiros, a moça foi atingida de raspão no rosto e ficou toda ensanguentada.”, contou a
testemunha.
Em seguida, o bandido tentou fugir entrando no terreno de uma construção. Em vão, um dos policiais chegou por trás e acertou o assaltante. Só assim a refém conseguiu se soltar.
“Eu me admirei porque ela não gritava”, acrescentou Godinho com relação à cena de terror.
BALEADOS
Além do bandido e da refém, também foram baleados quatro policiais militares e um homem que não teve o nome identificado. Ele transitava pela rua quando foi vítima da bala perdida.
O sargento Edson, da 4ª Zpol, levou quatro disparos, sendo que três acertaram o colete à prova de balas. O cabo Rezende, da Rotam, foi atingido na perna, o cabo Elielson, da mesma divisão, foi atingido de raspão. Todos foram levados para um hospital particular e foram liberados ainda na tarde de ontem. Porém, o cabo Moisés Pinheiro, da 2ª Zpol, que levou um tiro na testa durante a perseguição, não resistiu e morreu ainda na tarde de ontem.
Após os aproximados 10 minutos de confronto entre o assaltante e policiais, a perseguição teve continuidade pela cidade.
Caça aos bandidos- A morte do cabo da Polícia Militar Moisés Pinheiro repercutiu nas delegacias da cidade. Todas as seccionais montaram uma operação entre as policias civis e militares para desvendar e identificar todos os integrantes da quadrilha. O DIÁRIO acompanhou uma das equipes que estavam na perseguição pelos bairros do Guamá, Terra Firme e Jurunas. Com as sirenes ligadas e em comboio, os policiais invadiram residências e várias ruelas dos bairros.
Com um trejeito apressado e concentrado, um dos policiais dizia: “Queremos encontrar o ‘Patinho’”. Simultaneamente, outras equipes também estavam na perseguição. As buscas resultaram na morte de dois homens, que foram apontados com integrantes da quadrilha. Após terem sido baleados, eles ainda foram levados para o Hospital do Pronto-Socorro do Guamá, mas não resistiram aos ferimentos.
Para o delegado Evandro Martins, responsável pelo inquérito policial, a operação iria prosseguir a noite, pois a quadrilha é formada por mais de cinco bandidos. De acordo com informações do investigador Neves, da Seccional de São Brás, dois dos assaltantes mortos durante a perseguição foram identificados como Jaimeson Mota e “Rafinha” . O terceiro ainda não tinha sido identificado e o investigador estava à espera da família para obter a confirmação da identidade dos três.
Até o fechamento da edição os corpos permaneciam no PSM aguardando identificação para então serem removidos para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Para os policiais, Edilson Rosário Reis, o “Soró”, é considerado pertencente da quadrilha e está foragido.
A moça baleada no rosto já foi liberada e passa bem. Os outros três policiais baleados também já foram liberados. (Diário do Pará)
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